Carta aberta ao mundo, seja ele a cores ou a preto e branco
O mundo não pára, não espera por
indefinições de quem quer mas se calhar não consegue. O mundo gira sem saber o
porquê, mas mesmo assim todos os dias o faz no mesmo compasso e na mesma velocidade.
Eu vejo um mundo a cores, mas ao
mesmo tempo também consigo ver um mundo a preto e branco. Consigo e tenho a
capacidade de viver nesse mundo, onde todos temos um lugar, onde todos temos uma
finalidade e onde todos construímos um só.
Nascemos porque todos nós temos
um destino traçado, somos pequenas peças num puzzle gigante.
A certa altura crescemos e
começamos a moldar o mundo à nossa forma, vemos e deduzimos as coisas à nossa
própria maneira, porque iniciamos o processo de formação da nossa personalidade.
E o mundo continua a girar sem
parar, sem saber o porquê, sem saber para que finalidade, mas continua sem
hesitações.
Crescemos, marcamos as nossas
posições, dizemos palavras certeiras e outras menos certeiras, zangámo-nos umas
vezes com razão outras vezes sem motivo aparente, rimo-nos em momentos
entusiasmantes, somos e fazemos os outros felizes.
E lá continua o mundo na mesma
situação, gira, gira, gira e não sabe porquê. Mas continua firme e não olha
sequer um minuto para trás, traça o seu único caminho que é o horizonte.
Quantas vezes já esperamos,
quantas vezes já fizemos esperar, quantas vezes já caímos, quantas vezes já
fizemos cair. Mas dia após dia continuamos a remar contra e a favor da maré.
Tal como o mundo quero continuar
a minha grande batalha. Não me questiono, não fraquejo, não olho para trás e
nunca vou parar.
E o mundo nunca pára. E o mundo
gira sem saber o porquê.
E o que importa? Ele gira e
sempre girará.
Ana Silva
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