A história da nossa vida faz-se
de capítulos em capítulos, de momentos em momentos e até mesmo de episódios em
episódios.
Um dia acordamos com todas as
forças para enfrentar o mundo sem receios, no outro dia já somos pequenos
fragmentos do todo que se partiu desde ontem.
Somos obrigados a ter que
suportar situações menos agradáveis porque o medo do confronto directo é
enorme. Porque não conseguimos pensar num amanhã liberto de assombrações,
porque não conseguimos apreciar a vida tal como é: simples e curta.
A minha vida até se pode vir a
tornar curta e instantânea, mas sozinha vivi momentos inesquecíveis, já ri de
mim mesma, já cantei no chuveiro a alto e bom som, já dei um abraço a quem
nunca esperava por isso, já disse eu gosto de ti sem ninguém me pedir, já escrevi
o que sentia bem ou mal, mas já escrevi. Já chorei de dor, já chorei apenas por
birra, mas já derramei lágrimas porque a vida tal como um rio passa e não volta
mais. E eu mais do que ninguém tenho essa forte consciência.
Não derramo lágrimas porque
passou, porque isso aceito é o curso natural da vida. Derramo sim porque todos
nós perdemos tempo com coisas pequenas e mesquinhas, deixamos de lado as coisas
mais importantes, como respirar e sentir o vento a tocar a nossa alma, deixar
que o sol nos indique o caminho.
Eu sei que para muitos isto não
passa de uma triste filosofia de vida, até pode ser, não condeno quem pense
desta forma, mas sempre posso lamentar o seu pensamento.
Quem nunca tentou, quem nunca
batalhou nunca saberá interpretar estas palavras, nunca saberá compreender o
verdadeiro significado de todas estas ideias.
O dia a dia muitas vezes é como
uma orquestra desafinada, nem todos tocam na mesma hora nem no mesmo compasso.
Mas saberemos nós sermos os maestros da nossa própria orquestra?
Por vezes esta pode ser uma
tarefa um quanto ao tanto difícil, mas com compreensão e calma lá chegaremos.
É certo que lá chegaremos.
Ana Silva
Ana Silva
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