Todos
somos a diferença
Eu olho para ele e sinto-me completa.
Eu olho para ele e
amo-o não por ele ser diferente, mas sim por ser único e especial.
Não sinto pena, não
desvio o meu olhar, não desdenho e acima de tudo não sinto medo.
Fixo-me nos seus olhos
e consigo sentir o seu amor, o seu carinho, a sua forma delicada de ver o mundo
à sua maneira, acima de tudo a sua capacidade de moldar o mundo à sua forma e
semelhança.
Não espera que o
mundo o abrace, porque simplesmente ele já o abraçou desde que nasceu.
Gostava que o mundo
compreende-se de vez a falta que eles nos fazem, eles ensinam-nos a viver de
forma simples, mostram-se como um pequeno gesto, como um abraço ou um beijo
pode mudar a nossa vida até mesmo o nosso mundo.
Entender a sua forma
de estar, compreender a sua própria linguagem, impulsioná-los na rampa de
lançamento que é a vida devia ser uma obrigação de todos nós.
Vivemos imbuídos de
tal forma na nossa própria vida, vivemos para nós e para as nossas coisas, que
nos esquecemos que para além da nossa visão existe um mundo que espera por nós,
pela nossa bondade de ajudar o próximo e pela nossa dedicação.
Prefiro acreditar
com todas as minhas forças que o mundo se encontra em mudança e que as
diferenças vão deixar de ser um monstro nas consciências das pessoas.
Não vejo nenhum
entrave nem imposição constante destas crianças na minha vida, na minha rotina
nem na minha forma de estar.
Não tenho em mim o
direito de fazer na primeira pessoa, não tenho o direito de ser porta voz de
quem vive esta realidade todos os dias e sente-se bem e feliz com isso, não
tenho o direito de julgar, porque também erro como qualquer outro ser humano,
não fosse o erro inerente à condição humana.
Quero apenas ser um
pouco melhor, quero amá-los sem condições, quero poder privar com eles e com
tudo que eles me possam dar, quero ser para eles um pouco daquilo que o céu é
para as nuvens.
Quero
complementar-me para os fazer um pouco mais felizes porque simplesmente o
merecem.
O mundo é grande o
suficiente para estarmos todos juntos, sem restrições, sem maldades e sem
discriminação cruel e dolorosa.
Ana Silva
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