Escrever perspectivando
a fusão do hoje e do amanhã é o meu maior desafio.
Escrever e sentir o
tremor no corpo de quem não quer parar de escrever com medo de se esquecer das
ideias é a minha maior meta.
Escrever com o
coração na palma da minha mão sem medo de o deixar cair é a minha maior ilusão.
Sentir a mão a doer de tanto escrever é o transcender das minhas próprias
barreiras.
Escrever as minhas
ideias, relatar os meus pensamentos, deixar fluir as minhas sensações, dar a
conhecer a minha ânsia brutal de insatisfação é o meu sonho.
Conseguir apenas por
palavras criar um cenário, com personagens vivas e sentidas, com cores
ofuscantes e com um desfecho feliz é a minha maior prioridade.
Sentir que as
palavras fazem sentido e espelham o seu verdadeiro significado, como o espelhar
de um rosto puro e sincero na água mais límpida desta eternidade, é sem dúvida
o meu maior anseio.
Querer dar às
palavras a sua essência, usá-las e não desgastá-las como se fossem meros
instrumentos nas nossas mãos é a minha maior batalha. Uma batalha travada com
as maiores armas, uma batalha onde as rosas substituem o chumbo frio e
doloroso, onde o vento a soprar de leve substituiu o som dos tiros certeiros e
mortais, uma batalha cessada com o apertar de duas mãos e um abraço profundo e
sincero lavado em lágrimas de alegria.
Escrever o descrever
da sensação de voar sem nunca ter saído do lugar, conseguir por pequenas
palavras descrever quem sou sem magia nem ilusão, conseguir gritar e dizer
aquilo que quero e aquilo que não quero sem rodeios, é o maior desejo.
Conseguir escrever a
maravilhosa mudança do dia para a noite, da luz para a escuridão, da alegria
para a tristeza, da incerteza terrível para a mais firme certeza, é a minha
maior ambição.
Conseguir manter a
minha alucinante incerteza perante o dia de amanhã, manter a minha saudável
loucura, brincar e rir de mim mesma, chorar de dor, gritar de entusiasmo é a
minha maior certeza.
Escrever o hoje,
perspectivando o desfecho de um amanhã e aguardar a resposta do depois, é a
razão da minha luta.
Uma luta de hoje, do
amanhã e de sempre. De um sempre desenhado com pontos de interrogação e
contornado com pontos finais.
Ana Silva
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